sexta-feira, 17 de julho de 2009

MEICÔ

Depois de um dia de trabalho, Hanna chega em casa e encontra o filho de quase três anos sentado no sofá. “Mãe! ‘Meicô’!”, exclama apontando para a TV. Está passando a chamada do Mister Maker, uma das atrações do canal preferido do menino. “Senta aqui!”. Ao lado do filho a mãe assiste toda a programação, comenta, canta e brinca.

Esse é o meu retrato e o retrato da maioria das mulheres de 25 a 49 anos que possuem TV paga segundo a pesquisa do Ibope. É curioso pensar que mulheres, com filhos ou não, passam mais tempo assistindo a Discovery kids do que canais direcionados para elas, como a GNT. Devo acrescentar que apesar de curioso, esse fato é previsível e está no nível de "como é que não pensei nisso antes". Afinal, é o momento que temos com os nossos filhos e compartilhar isso é de certa forma, ficar por dentro do mundo deles. Ao contrário dos homens da mesma faixa etária que no geral, não tem paciência para assistir programas infantis (digo por experiência própria), as mulheres acabam curtindo.

Tal informação divulgada no início da semana* pode e deve mudar totalmente os anúncios dentro desses canais. Essa transformação da audiência vem acontecendo nos últimos anos, mas até então não tenho visto ações que procuram se beneficiar desse quadro. Se alguém sabe de alguma, por favor me informe.

E no mais, peço aos comunicólogos de plantão que não se afobem: tenham boas idéias na hora da inserção para não simplesmente circular propaganda de absorvente no intervalo dos Backyardigans. Poupe-nos disso. Parece óbvio, mas perante a tantas catástrofes, não custa nada lembrar.

Conheça seu target: saber o que ele quer ver e a forma que quer ser abordado. É notável que grande parte das campanhas são feitas com base no senso comum e isso, com o perdão da palavra, é burrice. Gasta-se tempo, dinheiro com idéias de pouco fundamento que circulam sem um direcionamento adequado. É preciso rever conceitos.

Enquanto tais mudanças não ocorrem, a Hanna continua assistindo aos mesmos programas do filho. Conhecendo os personagens, cantando, dançando e por que não, aprendendo?

*Coluna do Daniel Castro na Folhaonline. Para quem tem assinatura da folha ou da uol:

Mais na Linha:
**www.discoverykidsbrasil.com
Canal 45 da net. Aprenda a fazer desenhos lindos com o Mister Maker às 20h00! Não esqueça de enquadrar!
**O Shopping Metropole (São Bernardo do Campo - SP) está fazendo um evento de férias com o Mister Maker. É gratuito e domingo é o último dia para quem quiser participar.
** Ok. Eu admito. Eu adoro o Mister Maker!!!

H.E

terça-feira, 14 de julho de 2009

AUMENTA O SOM

Nem Nicola Tesla, nem Guglielmo Marconi, nem Padre Roberto Landell poderiam prever tantas transformações no rádio. Aquele antigo trambolho da casa da vovó ganhou várias formas, tamanhos e está em lugares antes inusitados como telefones, elevadores, ônibus, etc.Tal mídia tem alcance inimaginável e pode atingir públicos diversos. Para isso, basta saber utilizá-la.

Lembro que na faculdade era praticamente impossível não se apaixonar pela disciplina que nos colocava dentro de um estúdio para transmitir informações e pensamentos utilizando nossas vozes. A emoção, a criatividade, a comoção estava sempre presente para fazer o programa do intervalo ser atrativo. Garanto que dava certo!

Mas vem a decepção. Cercado pela idéia de que qualquer um pode fazer (faço link com a não obrigatoriedade de diploma para jornalista), o rádio fica no topo da lista de mídia desvalorizada. Ao nos deparar com o mercado, perdemos o desejo de seguir carreira nesse veículo. Salários baixos, pouco reconhecimento e investimento fazem com que os profissionais migrem para outras áreas, deixando esse centenário meio de comunicação a mercê do amadorismo.

Até mesmo as rádios on-line não fogem da regra (como poderiam?). Das cinco mil estações brasileiras operando pela internet, apenas 5% conseguem superar a falta de preparo*. Não apresentam vantagens nem boas idéias. E não estou falando apenas de músicas. Rádio é muito mais que isso: é informação, entretenimento, educação, dramatização e opinião. E apresenta uma grande vantagem em relação aos outros meios, pois ele não exige do público atenção exclusiva. Você dirige ouvido rádio, você escreve ouvindo rádio, você lava roupa e procura piolho na cabeça do seu filho ouvindo rádio.

Quero dizer que o rádio é ubíquo e que não entendo como uma mídia que se faz tão importante pela sua onipresença não recebe o valor merecido. É preciso abrir os olhos das empresas e fazer com elas percebam que nossos ouvidos já estão abertos. Não podemos parar nossas atividades, mas com o rádio podemos escutá-los sem ter que parar. Tesla, Marconi e Landell ficariam muito orgulhosos se a evolução se estabelecesse.

*Fonte: Revista Rolling Stone, #33, jun2009. Matéria: “Fala... Que Ninguém Escuta”, por Filipe Albuquerque.


Mais na Linha
**Escuto e é bom:
www.esculacho.com
Jornalismo com humor na rádio.
**Portal de Rádios do Brasil:
http://www.tudoradio.com/


H.E

sábado, 11 de julho de 2009

EMPRESAS E MÍDIAS SOCIAIS

- Hanna, você sabe mexer em blog?
- Sim.
- E no twitter?
- Também.
- Descobri que essas besteiras que ocupam seu tempo podem trazer dinheiro.

Diálogo recente e produtivo. Em um país onde as mídias sociais fazem tanto sucesso, investir nesses meios de comunicação tornou-se imprescindível. O que antes era ameaça, tornou-se aliado. Afinal, dentro desses veículos alternativos é possível se aproximar do seu público, descobrir o que ele pensa, o que ele deseja e mais: saber como abordá-lo. É uma vitrine de produtos, serviços e clientes. Graças a eles, tornou-se muito fácil buscar referências.

Um bom exemplo disso é o que eu vivencio na comunidade “Noivas da Grande Vitória – ES” na qual sou moderadora. Lá, as noivas se ajudam, dividindo experiências, novidades e é lógico, dando depoimentos sobre os serviços prestados. Se você quer saber se determinado Buffet realmente cumpre com o contrato, é só dar uma lida nos tópicos. Todos os prós e contras estão expostos. Se algum fornecedor vacilou, ficará registrado.

Mas não para por aí. As mídias sociais formaram uma porta para mídia de massa. Quantos escândalos são investigados a partir delas? Graças à comunidade das Noivas, os jornais regionais publicaram várias matérias denunciando um fornecedor que andou dando calote. A empresa está com o nome manchado e será difícil se reerguer diante de tantas falhas expostas.

Isso revela que as mídias sociais são bons meios de informação para se consultar antes de contratar determinado serviço ou comprar algum produto. Muitas noivas não teriam caído no golpe se tivessem procurado as referências no Orkut. Porém, elas não se esquecerão disso e na próxima vez terão mais cautela.

Dicas para investigação em mídias sociais:
- Procure saber quem é a fonte. Não confie em fakes.
- Leia sempre mais de uma referência.
- Tente contato com quem divulgou a informação.
- Veja se a empresa, ou o responsável por ela está presente no meio.


Mais na Linha:
** Segundo a Veja, 80% dos brasileiros conectados tem perfil em sites de relacionamento, que é uma mídia social.
** No mês passado, foi realizado um grande evento sobre o assunto: Social Media Brasil (www.socialmediabrasil.com.br). Com certeza, outros serão organizados. Comunicarei.
H.E.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SOBRE CARAS E FOTOS

Considero revista o melhor veículo jornalístico que existe. É uma mídia fantástica, já que é especializada e tem o público melhor definido do que qualquer outro impresso. É por isso que não consigo passar em uma banca sem bisbilhotar tudo que está sendo exposto. E mais: se no supermercado existe uma gôndola de revistas próximo ao caixa, com certeza aparecerá uma na compra do mês.

Nessa semana, a maioria das capas das revistas foi estampada com o assunto Michael Jackson. Não poderia ser diferente. O ícone da música pop desencarnou sem muitas explicações, mas deixou um legado eterno que merece todo respeito e consideração. Assunto principal, valor notícia elevadíssimo, não tem o que discutir.

Admito que estava evitando escrever sobre esse assunto aqui. Há tanta gente falando dele, que um post meu não faria tanta diferença. Além disso, às vezes penso que muita homenagem beira o sensacionalismo que por sua vez ultrapassa a barreira do bom senso.

Enfim, entre todas as qualidades que podemos encontrar na revista, a criatividade é a que eu mais valorizo. Na revista o jornalista pode expor seu lado criativo, com textos e imagens bem elaboradas e críticas, adequando técnicas inovadoras para o público a qual se destina.

Com uma capa totalmente trash e macabra, a Caras realmente surpreendeu. Para a morte de um grande astro, a revista exagerou nas cores quentes, no fogo e na foto mal escolhida para a lápide. Ela colocou Michael no inferno! Essa foi a minha percepção quando vi a revista de longe. Ao me aproximar, percebi que ela havia ilustrado o episódio do falecimento do rei do pop com uma reza para Padre Cícero. Nada contra o Padre Cícero. Homenagens (???) desse estilo, com certeza foram e serão feitas. Só não acredito que aquela imagem é a melhor para estampar a capa de Caras.



Caras é uma revista de fofoca? Sim. É uma revista de auto-promoção? Sim. É a principal revista dos salões de beleza e consultórios de dentista? Possivelmente. No ramo dela é uma revista de boa qualidade e segue a linha da fama e do luxo. A capa dessa semana foi incoerente. Lembrando que não é a foto que esta ruim, ela possivelmente causaria um excelente impacto em outro veículo ou sendo analisada isoladamente. O que está incomodando é a falta de adequação.

Mas, isso é apenas uma opinião. Pode ser que eu tenha uma percepção errada sobre a revista. E olha que leio todas que encontro nos salões e nos consultórios odontológicos.

Mais na Linha:
**No blog "Diz que fui por aí" tem um post com uma capa criativa. Vale a pena conferir.
**O Blog Atrium também debate sobre algumas capas interessantes.
H.E.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

SUSTENTABILIDADE

Estão abertas as inscrições para o Sustentável 2009. O evento que acontecerá nos dias 4, 5 e 6 de agosto na capital paulista, tem como objetivo debater e apresentar soluções para o aumento do desenvolvimento sustentável e seu potencial para transformar a realidade mundial.

O ser sustentável está ganhando espaço. Obviamente, ainda há um caminho longo para se percorrer, porém o “start” já foi dado. Convém lembrar que o conceito de sustentabilidade ampliou-se. Antes, falava-se em crescimento causando o mínimo de impacto. Só isso já não basta. Deve-se fazer mais: além de diminuir impacto, as medidas devem apresentar resultados positivos.

O desafio maior é transformar atividade sustentável em fonte de receita e quem sabe, lucro. Muitas empresas já conquistaram tal feito e com isso, diminuíram o custo de produção e descobriram alternativas sociais e economicas, tornando-se referência mundial no reaproveitamento de resíduos.

Um bom exemplo vem da ArcelorMittal. Líder mundial na produção de aço, a siderurgia investe em soluções sustentáveis. A energia elétrica utilizada na maior planta da América latina, localizada no Espírito Santo, provém da reciclagem dos gases resultantes do processo de produção. Hoje, a empresa possui catálogo de co-produtos, ou seja, produtos elaborados com resíduos.

Mas não pensem que empresas que tomam essas medidas as fazem por serem "boazinhas". Elas são inteligentes. Já está provado que ser sustentável não se limita a questão da imagem, é fator positivo economicamente. Ao apresentar palestras sobre esse assunto, eu salientava esse ponto: não adianta fazer um discurso totalmente abstrato, lindo e florido sobre árvores, verde, etc, temos que ser objetivos: o que isso traz de benefício para empresa?

Não podemos ser hipócritas. Como profissionais, devemos aliar os interesses da empresa com os interesses gerais. A sustentabilidade é uma ponte para isso. A Comunicação é uma grande auxiliar que vai buscar, divulgar e educar os envolvidos, traduzindo, todos nós.

Eventos como o Sustentável é uma chave para o crescimento do conceito. Estive presente no ano passado e garanto que representou muito para meu crescimento profissional e pessoal. Quem tiver oportunidade, com certeza, não se arrependerá.

Mais na Linha:
** Sustentável 2009
Informações: www.sustentavel.org.br
** Conheça: CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
** Idéias Sustentáveis e Pesquisa: Instituto Akatu
www.akatu.org.br
** Livro: Capitalismo na Encruzilhada, Stuart L. Hart.
O livro esclarece o desenvolvimento do conceito de sustentabilidade: origem, presente e futuro; apresenta cases; discute soluções e alternativas para o crescimento sustentável.
H.E.