quinta-feira, 18 de junho de 2009

PROFISSÃO: JORNALISTA

Ontem, quarta-feira (17/06), o STF aprovou a não obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercício da profissão. Nosso trabalho foi comparado ao serviço de corte e costura pelo prezado ministro Gilmar Mendes, que considera que a má comunicação não coloca em risco a coletividade.

O Ministro Cezar Peluzo seguiu a mesma linha de raciocínio de Mendes, e completou dizendo que “não existe, no campo do Jornalismo, o risco que venha da ignorância de conhecimentos técnicos”. Por esses depoimentos é possível visualizar certa leiguice sobre a força que os meios de comunicação exercem sobre as culturas, os valores e as escolhas.

O jornalista é visto como a verdade. E é na faculdade que compreendemos a responsabilidade que temos como comunicador, que entendemos o impacto que gera nossas palavras, nossas escolhas e nosso comportamento como difusor de idéias. Aprendemos técnicas para emocionar, recrutar e até mesmo, despertar sentimentos latentes nos seres humanos.

Talvez nossos ministros não tenham noção do risco que tais ações podem gerar. Os maiores prejuízos não costumam causar efeitos em curto prazo, e, além disso, não costumam ser tão palpáveis como a morte de jovens causada por um motorista sem carteira (o diploma de jornalista também foi comparado a uma carteira de habilitação).

Porém, podemos considerar que Gilmar Mendes e Cezar Peluzo, no auge dos seus 53 e 67 anos respectivamente, não presenciaram em 1938 a invasão fictícia de marcianos anunciada pela emissora de rádio CBS (Columbia Broadcasting System) que deixou mais de um milhão de pessoas apavoradas. Eles e seus colegas que votaram contra a obrigatoriedade do diploma provavelmente não entendem o motivo de tanto pânico perante uma adaptação sonora da obra “A Guerra dos Mundos” de Herbert George Wells . Nem Orson Welles, diretor responsável pela transmissão, saberia responder - estudos não eram de grande interesse para ele. Tem uma solução: pergunte ao jornalista.


Mais na Linha:
** Mais sobre a invasão:
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?id=822301

H.E.

4 comentários:

  1. Sou estudante de jornalismo, estou indignada também com a decição mas não acredito que as coisas iram parar por ai.
    Esse lenga lenga se estende a mais de 10 anos e não creio que 8 contra 1 não vá mexer com o briu de alguns e que uma nova decisão seja tomada mais pra frente.

    Estou na esperança de que os meus 4 anos de estudos não sejam jogados fora por conta de um ou outro incompetente que se banca a jornalista.
    Vamos lutar, sim.
    Protestar, sim.

    http://aindamaisestorias.blogspot.com/2009/03/o-tigre-branco.html


    http://aindamaisestorias.blogspot.com/2009/05/paul-arden-e-seus-dois-livros.html

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  2. Não sou estudante de jornalismo e também não curti muito, acho o seguinte que deveriam investir mais em educação melhorar os salários, tudo isso só vai contribuir com a desvalorização da profissão

    BLOGdoRUBINHO
    www.blogdorubinho.cjb.net

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  3. Lembrando que mais de 74% dos brasileiros são a favor da obrigatoriedade. Deve-se investir educação e exigir educação.

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  4. Todo mundo quer proteção do governo. Isso é normal. A Petrobras é o melhor exemplo disso. Tem um monopólio. Mas isso quer dizer que somente a Petrobras é competente o suficiente para vender petróleo no Brasil?

    Eu não acho o governo a melhor organização para dizer quem pode ser jornalista e quem não pode. E com a expansão da internet, cada pessoa pode escrever um blog. Isso quer dizer que eles devem ser prohibidos de fazer essa atividade?

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